03/05/2013

Crash - Nicole Williams



Autor: Nicole Williams

Editor:  HarperCollins



South Point High é o último lugar no qual Lucy gostaria de cursar o último ano de escola. Isso até o momento que ela encontra Jude Ryder, um garoto cujo nome é quase um verbo, além de um sinônimo para problemas. Ele tem uma ficha maior que uma tese de conclusão, e já teve seu nome suspirado, gritado e praguejado por mais mulheres que Lucy tem coragem de saber, além de viver em uma casa para garotos problemáticos onde ser problemático parece ser um status para os moradores. Lucy teve uma criação estável, e vive para usar as sapatilhas de bailarina, além de ter em seu futuro a certeza de ir para Juilliard, tentando se manter longe de  problemas. Até agora. Jude é aquilo que ela precisa evitar se ela deseja separar seu passado de seu futuro. Ficar longe, ela vai acabar descobrindo, será a única coisa da qual ela é incapaz. Para Lucy Larson e Jude Ryder, amor vai acabar sendo aquilo que vai destruí-los. (Tradução Livre).


Sobre:
Crash, da Nicole Williams, é o primeiro volume da trilogia intitulada Crash, composta pelos livros: Clash (Crash, #2) e Crush (Crash, #3) . Consagrado como um dos melhores livros auto publicados do ano de 2012, a obra encanta ao apresentar um panorama social leve e juvenil, ao mesmo tempo em que descreve uma história dura e realista. O cenário principal pode parecer clichê, pois abusa de um tipo de relacionamento altamente conhecido pelos leitores, um envolvimento amoroso previsível que liga a ‘boa menina’ e o ‘bad boy’ do pedaço. Entretanto a grande carga de drama adulto/social presente na história minimiza os elementos comuns do livro, permitindo que o leitor se envolva, se emocione e se surpreenda constantemente com a narrativa. Jude, o menino problema, já foi preso (várias vezes) e vive em uma casa para jovens infratores, e Lucy, a menina de ouro, perdeu tudo aquilo que considerava importante (desde sua escola e suas roupas de marca, até o mais essencial, a sanidade e a união de sua família) e vive em um lar frio e solitário; quando as máscaras caem e a verdade vem à tona, fica claro que eles possuem infinitos motivos para manterem distancia um do outro, mas porque será que mesmo assim, algo insiste em uni-los?
“Porque eu estou doente de ser uma sanguessuga na sociedade, de todos à minha volta. Porque eu estou cansado de tomar saídas fáceis e eu estou cansado da pena nos rostos das pessoas que me dão uma mão. Mas, realmente, mais do que tudo, porque a garota que eu estava tirando para sair merecia o melhor”...

Resenha:

A parte inicial do livro é tão calma e previsível que me levou a questionar o motivo por trás de tantos comentários positivos a respeito da obra. A mocinha (e seus infinitos problemas familiares), não é o tipo de garota que espera compaixão, e de certa forma, por causa da sua personalidade, não me deixei envolver em seus problemas; e o mocinho, bem, ele deixa claro logo de início que não é o cara certo para ninguém, e por isso, não esperei muito dele.  O fato é que eu os julguei tão óbvios, achei que já sabia quais eram os seus problemas, acreditei compreender seus medos e fraquezas, e mais ainda, tinha fé que já conhecia todos os pormenores da história logo após a leitura de seus primeiros capítulos; ledo engano. Quando menos esperava estava presenciando uma cena forte e chocante, algo que transformou um livro juvenil em uma história madura e adulta o suficiente para me fazer refletir. O cara errado é o cara errado, não por sua personalidade, mas por tudo que ele representa, tudo o que ele tem, o que já fez, e o que se espera que ele faça. Por mais que seus sonhos sejam coloridos, sua vida é cinza, e contra fatos não existem argumentos. Mas mesmo assim Lucy quer ver o melhor em Jude, ela acredita e aposta nele, e por mais que doa, mergulha em um relacionamento repleto de altos e baixos, um envolvimento que promete a colisão de dois mundos (e de dois jovens) tão diferentes, em uma explosão de dor, raiva, medo e, porque não, paixão.
Sinto que o final do livro Crash me fez vê-lo de uma forma totalmente nova. É como se de repente as coisas tomassem um novo rumo e eu me visse aos prantos com algo que não havia sequer imaginado. Simplesmente é tenso demais, é dor em demasia, e só consigo pensar que esses jovens não merecem isso. Ora, será que a vida não dá uma trégua? É claro que no meio disso tem muito romance, inexplicáveis segredos, e uma grande pressão sob os ombros desses jovens que precisam decidir o que querem para o futuro. Temos um baile, jogos de futebol americano, um ‘quase’ triângulo amoroso, brigas e infinitas discussões de casal, um grande drama familiar, e personagens principais e secundários que são, nada mais nada menos, do que a exata representação de nossa sociedade. O ponto alto é que não estamos lidando com a romanização dos fatos, as coisas são como são, e a autora, Nicole Willians, soube trabalhar muito bem com esse conceito.
 Uma vez li que os fãs de Belo Desastre se apaixonariam por Crash, e não consigo achar outro motivo para isso que não seja a presença de Jude. Ele é intenso, complicado, perigoso, dominante, mas tão jovem e sonhador... Ele quer uma chance de ter uma vida melhor, porém, como bem sabemos, querer não é poder, e a vida geralmente é um grande abacaxi para aqueles que não nasceram em uma família ‘linda e feliz’. Fora isso, outras semelhanças são quase imperceptíveis, de forma que se eu fosse comparar a obra com outro livro, o ligaria com Química Perfeita, que no geral transmite uma ‘lição de vida’ bem semelhante à de Crash.
Sobre a escrita da autora, eis o grande ponto: de início, não gostei dela. De fato, a autora me ganhou com seus personagens e as infinitas surpresas que a trama reserva, mas achei que ela peca em alguns detalhamentos, eu sempre queria mais, e tal sensação me levou ao estremo em alguns momentos, fazendo-me concluir que a autora precisava aprofundar mais sua escrita para que realmente me envolvesse com ela. Então veio o final (entenda-se por final o clímax da história), e como já disse, tudo mudou. Eu enfim entendi o motivo de tão pouco detalhamento, e compreendi a forma da autora escrever, e de fato, passei a apreciá-la. Além disso, quando descobri que o livro era o primeiro de uma trilogia com o mesmo casal como protagonista, aceitei o fato de que muitos segredos ainda serão revelados, e que tudo ocorrerá com calma, em seu devido tempo. É claro que isso não muda o que senti em alguns momentos durante a leitura de Crash, mas mesmo assim, a promessa de mais dois livros sobre Jude e Lucy me confortou.
No geral, estou louca pelo próximo volume da trilogia, e espero ansiosa que alguma editora resolva publicar a saga por aqui. E para os que ainda se perguntam se eu indico a obra, sim, sem dúvida, na pior das hipóteses ela reserva um belo romance, enquanto o drama, a emoção e suspense são bônus que podem variar de leitor para leitor, o que por si só, faz o risco da leitura valer a pena.
Nota¹: Gênero Jovem adulto Maduro. Não classifiquei o livro como New Adult, pois sua narrativa tem como pano de fundo uma fase anterior a esse gênero, entretanto a obra também não poderia ser classificada como um simples jovem adulto, afinal trata de um momento em que o futuro e a possibilidade de ir pra uma faculdade e/ou escolher uma profissão é incerto. Para saber mais a respeito dessa classe, confira o post feito pela Giu do blog Amount Of Words (AQUI).
Curiosidade: Os nomes atribuídos para os protagonistas foram baseados em musicas dos Beatles, uma delas: Hey Jude.
Quotes: (Tradução livre)
 “Quando você vai aprender que não pode salvar o mundo com uma alma perdida por vez?”. (...). “Até que não haja mais almas perdidas para salvar.”
 “Meu nome é Jude Ryder, desde que eu sei que você é tudo, eu não faço namoradas, relacionamentos, flores ou telefonemas regulares. Se isso funcionar para você, eu acho que nós poderíamos trabalhar em algo especial.”
‘Ele era alto, seus ombros largos e ele tinha os olhos escuros com enormes cílios pretos que tinham o poder de prometer desfazer uma mulher. Assim, em termos não-otários, ele era apenas o meu tipo. Junto com cada mulher que falava inglês no outro hemisfério norte.’
“E você gosta da minha filha. Você é um homem inteligente, Jude.”. (...). “Não é difícil reconhecer algo especial quando a vida joga muita merda em seu caminho”, disse Jude.
‘... Eu nunca tinha sido olhada dessa maneira. Minha vida toda eu esperei por ele, e agora era o momento, na idade de 17, no estacionamento da escola da minha nova escola, com um menino chamado Jude Ryder. Isto, aqui, era uma coisa poderosa.’
“Eu aceito tudo isso, eu só queria que a realidade tirasse férias, sabe?”.

Assim:

Um comentário :

  1. Ahhhhhhhhh quero muito ler esse livro!
    AMO essa capa, há muito elogios em relação a ele.
    Estou seguindo seu blog, é lindo aqui!

    http://bloglostinwords.blogspot.com.br/
    beijos e sucesso!

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